O primeiro-Ministro britânico, Rishi Sunak confirmou o adiamento da entrada em vigor da proibição de venda de novos veículos movidos a gasolina ou gasóleo no Reino Unido, prevista para 2030, colocando assim um travão na medida estabelecida há apenas três anos pelo antecessor, Boris Johnson, que queria proibir a venda de veículos novos movidos a motores a combustão a partir de 2030.
Desta forma, o Reino Unido vai prolongar por mais cinco anos, até 2035, a venda dos automóveis com motores de combustão, segundo anunciou o primeiro-ministro britânico. Rishi Sunak explicou a decisão com a necessidade a alterar a política, em virtude de os governos anteriores terem avançado demasiado depressa na definição de objetivos carbono zero, sem garantir o apoio popular.
Apesar disso, o líder do governo britânico manteve a promessa de reduzir as emissões de gases de efeito estufa do Reino Unido de forma a atingir a neutralidade carbónica até 2050, meta incluída na legislação em 2019.
Alguns dos maiores construtores de automóveis pedem clareza e avisam para um possível erro de gestão, que pode prejudicar a transição energética do território.
A medida agora anunciada não agradou aos construtores de automóveis que tem vindo a investir fortemente na transição para veículos elétricos. É o caso da Ford UK, que investiu mais de 530 milhões de dólares nas instalações em solo britânico. “O objetivo do Reino Unido para 2030 é um catalisador vital para acelerar o setor automóvel e a Ford para um futuro mais limpo. O nosso negócio precisa de três coisas do governo do Reino Unido: ambição, compromisso e consistência. Uma flexibilização do objetivo 2030 prejudicaria todos os três”, sublinhou Lisa Brankin, diretora da Ford UK em declarações ao “Automotive News”.
Já , Mike Hawes, presidente da Associação de Construtores e Comerciantes de Automóveis do Reino Unido, lembrou que a medida anunciada só provoca incerteza. “Os consumidores têm de querer fazer a mudança, o que exige do Governo uma mensagem clara e coerente, incentivos atrativos e infraestruturas de carregamento que transmitam confiança e não ansiedade”.