A idade parece não passar por Toni Bou. Aos 37 anos, o experiente piloto continua insaciável e espera preencher o farto currículo com mais conquistas. Ao longo de 17 anos de “atividade” já conquistou 34 títulos.
‘Já sou um piloto mais veterano, com uma carreira em que, por sorte, consegui mais do que aquilo que poderia sonhar. Com vontade, mas com um nervosismo diferente. É sempre um extra começar mais um campeonato. Tenho sempre vencer, faço aquilo que mais gosto e por isso para mim é fácil continuar. O dia a dia facilita-me tudo e enquanto fisicamente estiver bem, continuarei a ter vontade de prosseguir a carreira. Mas é difícil, cada vez custa-me um pouco mais, sobretudo mais em termos físicos do que mentais porque são muitos anos como profissional nos quais não tive muitas lesões. Mas o dia a dia preenche-me muito, gosto daquilo que faço e enquanto não tenha nenhuma lesão gravem, continuo coim vontade para continuar a lutar, embora com 37 anos não é a mesma coisa se tivesse 25. Tenho de cuidar-me mais, não apenas por uma questão de idade, mas também por causa das lesões. No passado, tive corridas em que não consegui competir a 100 por cento, foram anos mais complicados. Mas já são 37, são muitos anos e desde os 15 que sou profissional… imaginem’, destacou Bou numa entrevista que concedeu ao jornal AS.
O homem da Honda tenta não descurar a parte física e relatou a rotina que tem.
‘Tento cuidar-me mais com a idade, fazer um pouco mais de bicicleta, mais alongamentos para ser mais flexível e ter o máximo de força, cuido chegam as corridas, faço uma gestão da semana para estar bem no fim de semana com o máximo de energia possível’.
Com 17 títulos consecutivos, Bou fala com precaução, assumindo que o que tem feito não é para todos nem será eterno.
‘Digo sempre que isto vai acabar um dia. São 17 anos consecutivos a ganhar os dois Mundiais, é muito mais do que aquilo que poderia sonhar. Tenho de desfrutar, ir passo a passo e tentar conseguir o máximo sabendo que é complicado’, sublinhou, antes de elogiar um dos seus principais rivais Jaime Busto.
‘Cada época tornar-se mais complicada porque ele, embora seja um piloto jovem com 26 anos, tem experiência, melhorou e é o segundo ano dele com a GasGas que continua a trabalhar muito bem. Tenho uma boa relação com ele, conheço-o muito e vejo a evolução dele há vários anos. É um grande rival e para mim é uma motivação lutar contra pilotos deste nível. [Gabriel] Marcelli também é um grandíssimo piloto, como colega de equipa temos uma boa relação e também pude acompanhar a evolução dele. Acabou a temporada passada empatado comigo nas últimas corridas do mundial por isso, será uma época equilibrada, emocionante e vou enfrentá-la com vontade’.
Com contrato até 2027, a lenda do Trial espera justificar a confiança que a Honda depositou nele.
‘A verdade é que foi muito fácil renovar o contrato, como sempre disse, é uma família, consegui tudo aqui. Estou muito contente com eles e eles com os resultados que tenho alcançado. Não haverá melhor do que acabar a minha carreira aqui, creio que irei ficar toda a vida vinculado à Honda. Fiquei muito contente com esta notícia. Não coloco nenhum limite. Veremos, primeiro tenho de cumprir o meu contrato e ver se seremos competitivos nestes quatro anos. Vamos passo após passo, é este o momento para o fazer e desfrutar. Também já não sou assim tão jovem para olhar para o futuro. Não descarto nada. Não estou obrigado a ter de continuar a ganhar, se sentisse essa pressão, mão estaria a ganhar há 17 anos consecutivos’, finalizou.
Na primeira ronda do X-Trial que decorreu em Barcelona no início de fevereiro, Bou foi o grande vencedor. Busto ficou em segundo e Gabriel Marcelli em terceiro.