Chega ao fim a carreira de um dos pilotos portugueses mais prestigiados. Joaquim Rodrigues anunciou este sábado a sua retirada do motociclismo de competição, cerca de dois meses depois do Dakar 2024.
Ao longo de 35 anos, competiu nas maiores provas não só do todo-o-terreno, como também de motocross e supercross – chegou a estar no Mundial de motocross e no AMA Supercross nos Estados Unidos da América. Numa fase posterior dedicou-se ao todo-o-terreno e registou sete participações no Dakar. Ganhou uma etapa em 2022 e o seu melhor resultado final foi o 17.º lugar de 2019.
O óbito do cunhado Paulo Gonçalves durante o Dakar 2020 foi um ponto de viragem. ‘Tudo mudou’, admitiu Rodrigues nas redes sociais, prosseguindo: ‘Sei que nunca mais me senti o mesmo piloto. Não por medo ou receio de acidentes, mas uma perda tão imensa leva-nos a relativizar tudo o resto e a ver a vida de outra forma’.
Certo é que o piloto de Barcelos continuou a treinar e a competir por mais quatro anos. Surge, agora, a decisão do fim de carreira: ‘Recentemente acompanhei a prova de Abu Dhabi de fora e, pela primeira vez na minha carreira, senti-me bem em estar ali. […]. Senti que estava no sítio certo. […]. Falei abertamente com a equipa que logo compreendeu e aceitou a minha vontade de deixar a competição’, explicou.
Rodrigues, que representava a Hero MotoSports, escreveu ainda: ‘Senti que estava no momento de sair e que o devia fazer da mesma forma honesta como sempre geri a minha carreira. Não era correto estar ali a enganar a Hero, os patrocinadores, aqueles que sempre me apoiaram, fazendo figura de corpo presente quando a cabeça me dizia que era hora de parar. Decido então, sair pelo meu próprio pé. Por isso tomei a decisão de não voltar a competir profissionalmente. Espero que todos compreendam a minha decisão. Todos devemos saber quando parar e respeitar quem deseja parar. Uma paragem que não é um adeus’.
Quanto ao futuro imediato, o português recebeu um convite da Hero MotoSports para se manter ligado à estrutura.