Jack Miller está no seu segundo ano com a Red Bull KTM no MotoGP e não encontra o caminho para ter uma forma constante e acompanhar o colega de equipa, Brad Binder.
No GP de França, o australiano não somou qualquer ponto, o que acontece pela segunda vez esta temporada – além de ter sofrido o segundo abandono consecutivo em corridas principais.
O potencial da KTM RC16 é indesmentível – Pedro Acosta (Red Bull GasGas Tech3/KTM) é rookie, na equipa satélite, mas está a ser capaz de lutar no topo. E Binder, embora só tenha um pódio, nunca falhou o top dez nas corridas principais.
A exceção para Miller este ano parece ter sido o duplo quinto lugar no GP de Portugal. Foi a única vez que chegou ao top dez de uma corrida principal, e já lá vão cinco rondas.
A crise de resultados acentuou-se em Le Mans: se não fosse o oitavo lugar na corrida Sprint, tinha feito dois Grandes Prémios seguidos sem pontuar – embora, no momento do incidente na corrida principal, estivesse em 11.º, o que daria direito a pontos. Muito magro para as ambições da KTM e para o currículo do piloto.
Em fim de contrato, Miller está obrigado a fazer bem melhor se quiser manter o lugar em 2025. A KTM tem muitas opções para o substituir, desde logo Acosta, pelo que a pressão está do lado do australiano. E, como os lugares no pelotão são um bem escasso, também terá naturalmente de melhorar de modo a conseguir uma vaga numa equipa competitiva.
A temporada ainda é longa, mas as decisões importantes do mercado de pilotos podem ser tomadas dentro de algumas semanas, possivelmente antes da pausa de verão. Cabe, pois, a Miller reagir no imediato, tendo os GP da Catalunha e de Itália para o fazer antes de uma pequena pausa em junho devido ao cancelamento do GP do Cazaquistão.