Jorge Lorenzo em declarações para o podcast “The Wild Project” falou sobre os fãs “tóxicos” que apanhou durante a sua carreira no MotoGP e contou alguns pormenores de histórias que o marcaram na altura.
– Eu queria parecer-me com estas personagens. Elas não me afectaram na pista, mas fora dela não é fácil. Um episódio foi quando fomos a uma discoteca e, se não gostassem de nós, diziam: ‘Lorenzo, és um chulo, és um chulo’ ou qualquer outra coisa. Afastávamo-nos deles, porque nunca nos diziam isso na cara, as pessoas não se aproximam de nós, são cobardes.
Acrescentou ainda sobre os fãs de Valentino Rossi: ‘Uma das coisas mais fortes que vivi foi em Valência, em 2015, quando ganhei o meu último campeonato do mundo. Ganhei a corrida, o Marquez foi o segundo e eu fui campeão do mundo. Das 100.000 pessoas em Valência, 60-70% eram amarelas, eram pelo Rossi. Chegámos ao ‘parc fermé’, tirámos os capacetes e a maioria do circuito estava a cantar por mim e pelo Márquez, os dois melhores pilotos do mundo, os espanhóis gostam deles. Depois, na celebração, lembro-me de estar na minha autocaravana com música e todos os meus amigos, os momentos mais bonitos da minha vida. Estávamos perto de um muro com uma vedação que impede as pessoas de fora de entrarem no paddock e havia um grupo de 20, 30 pessoas a insultar a minha mãe, a minha melhor amiga. Diziam: “Vocês roubaram-nos o Campeonato do Mundo”. Os espanhóis diziam: “Roubaste-nos o Campeonato do Mundo”. Como se o Rossi fosse o espanhol e nós os estrangeiros. É como se os jogadores do Real Madrid fossem ao Santiago Bernabéu e fossem assobiados.’