O único piloto a estrear-se no MotoGP em 2023 foi Augusto Fernández. Por isso, como é natural, o jovem da GasGas Tech3 alcançou o título de rookie do ano. Fê-lo «a mostrar serviço» e chegou até a estar perto do pódio. Acabou na 17.ª posição do campeonato.
Logo no primeiro GP, o espanhol ficou sem a referência do experiente Pol Espargaró durante vários meses – depois de Pol Espargaró ficar gravemente lesionado. Sem embargo, Fernández não deixou de seguir o seu caminho de adaptação e protagonizou uma primeira metade da época muito consistente em que pontuou sempre – um registo que só Franco Morbidelli (Monster Energy Yamaha) também conseguiu.
O ponto alto em termos desportivos foi, sem margem para dúvidas, o quarto lugar no GP de França. O piloto comentou depois da corrida: ‘Caímos na corrida Sprint e no warm-up tive outra queda, por isso não foi fácil, perdi alguma confiança. Corri um risco com o pneu dianteiro, uma vez que na Sprint foi um erro ir com o médio. […]. Preferi as sensações com o macio, fiz uma aposta, tive outra vez boas sensações, fiz uma boa partida e depois cheguei ao grupo na corrida. […]. Estou a começar a obter [melhores] sensações com esta moto’.
A primeira vez que Fernández ficou a zeros foi no GP de San Marino, que deu início a uma fase final da época mais complicada: nas últimas nove rondas só conseguiu três resultados no top 15 e abandonou quatro corridas principais. Mas foi também nessa fase que fez o seu segundo melhor resultado do ano, ao ser sétimo no árduo GP do Japão.
Durante o ano, o #37 também se deparou com rumores sobre o seu futuro, sendo incerto se continuava no MotoGP – perante a possibilidade de ser substituído por Pedro Acosta. ‘Foi duro, mentalmente, e aprender como ser veloz numa moto de MotoGP não foi tarefa fácil. Mas acabo a temporada confiante que tenho o nível para lá estar. Tenho a velocidade, aprendi a como ser veloz com esta coisa. E estou confiante para o próximo ano ter também um ano forte’, disse Fernández no fim da época.
O potencial do piloto ficou à vista ao longo de 2023, com uma evolução constante apesar do final mais inconsistente em termos de resultados. A qualificação e a corrida Sprint foram aspetos em que Fernández esteve mais «apagado» ao longo de 2023. Na segunda temporada, irá ser o mais experiente dentro da GasGas Tech3 ao lado do rookie Acosta, sendo mais uma prova de fogo quando a KTM tem sempre pilotos «a baterem à porta» e poucos lugares na classe rainha.
A época de 2023 de Augusto Fernández:
GP de Portugal: Abandono na Sprint/13.º GP – 15.º no campeonato
GP da Argentina: 16.º Sprint/11.º GP – 14.º no campeonato
GP das Américas: 16.º Sprint/10.º GP – 15.º no campeonato
GP de Espanha: 17.º Sprint/13.º GP – 16.º no campeonato
GP de França: Abandono na Sprint/4.º no GP – 14.º no campeonato
GP de Itália: 20.º Sprint/15.º GP – 14.º no campeonato
GP da Alemanha: 14.º Sprint/11.º GP – 14.º no campeonato
GP dos Países Baixos: 14.º Sprint/10.º GP – 14.º no campeonato
GP da Grã-Bretanha: 8.º Sprint/11.º GP – 13.º no campeonato
GP da Áustria: 17.º Sprint/14.º GP – 13.º no campeonato
GP da Catalunha: 17.º Sprint/9.º GP – 13.º no campeonato
GP de San Marino: 19.º Sprint/16.º GP – 14.º no campeonato
GP da Índia: 11.º Sprint/Abandono no GP – 14.º no campeonato
GP do Japão: 12.º Sprint/7.º GP – 14.º no campeonato
GP da Indonésia: 13.º Sprint/Abandono no GP – 15.º no campeonato
GP da Austrália: Abandono no GP (não houve Sprint) – 15.º no campeonato
GP da Tailândia: Abandono na Sprint/17.º GP – 16.º no campeonato
GP da Malásia: 14.º Sprint/14.º GP – 17.º no campeonato
GP do Qatar: 10.º Sprint/15.º GP – 17.º no campeonato
GP de Valência: 9.º Sprint/Abandono no GP – 17.º no campeonato