A segunda temporada de MotoGP completa de Franco Morbidelli na Monster Energy Yamaha assistiu a mudanças para melhor. O piloto esteve mais perto do colega Fabio Quartararo em vários momentos, mas com uma YZR-M1 pouco competitiva isso não chegou para regressar aos pódios que já mostrou ser capaz de conquistar. Acabou o Mundial em 13.º.
Depois de um 14.º lugar em Portugal, o ponto alto da época do #21 surgiu logo na segunda ronda na Argentina: em condições complicadas devido à chuva, alcançou um duplo quarto lugar.
Na altura, Morbidelli salientou que não ia entrar em euforias perante o resultado, apesar de o encarar como importante para a confiança: ‘Eu tenho os meus pés bem assentes no chão e estou consciente de que nesta categoria é muito fácil colapsar ou vir ao de cima, como viram. […]. Aceito isto como uma grande injeção de confiança’.
Seguiu-se um oitavo posto nas Américas, o que deixava antever que Morbidelli poderia ter uma época encorajadora. No entanto, apenas por três vezes conseguiu fazer melhor do que o resultado em Austin até ao fim do ano. Aparentou ter mais dificuldades do que Quartararo para extrair rendimento de uma moto pouco eficaz no geral, perdendo rapidamente terreno.
Ainda assim, é de salientar a consistência: só acabou nove vezes fora dos 11 primeiros e completou todas as corridas Sprint e principais. De facto, só não pontuou em três GP, sendo as 17.ª posições dos GP do Japão e da Austrália os seus piores resultados.
No final do ano, Morbidelli somou 102 pontos, menos 70 do que Quartararo. Uma diferença criada sobretudo na segunda metade da época, uma vez que a partir do GP da Grã-Bretanha perdeu consistentemente pontos para o gaulês. Ficou logo acima de Marc Márquez (Repsol Honda). Os registos podem estar longe dos seus melhores, mas também não se equiparam ao complicado 2022 – quando não foi além de 19.º com apenas 42 pontos somados.
Num balanço final, Morbidelli sustentou que ficou aquém do que sentiu ser possível: ‘Este ano senti que podia ter uma hipótese de ser a melhor Yamaha, e honestamente na primeira metade da época saímo-nos bem e estivemos na luta. Mas a segunda metade da época… talvez o anúncio [da saída], talvez algumas outras coisas que aconteceram dentro da equipa, e por aí adiante. Além do mais, acho que o Fabio foi capaz de fazer um trabalho fantástico nesta segunda parte da temporada, ele foi praticamente infalível’.
O futuro reserva a Pramac para o piloto com dupla cidadania brasileira e italiana. Em teoria, terá condições para fazer resultados consideravelmente melhores ao dispor de uma Ducati Desmosedici GP24. Será um ano vital para a sua carreira, e é bom recordar que em 2020 já demonstrou ter potencial para lutar pelo título (foi vice-campeão) e vitórias.
Época de 2023 de Franco Morbidelli:
GP de Portugal: 14.º Sprint/14.º GP – 17.º no campeonato
GP da Argentina: 4.º Sprint/4.º GP – 9.º no campeonato
GP das Américas: 14.º Sprint/8.º GP – 10.º no campeonato
GP de Espanha: 16.º Sprint/11.º GP – 12.º no campeonato
GP de França: 13.º Sprint/10.º GP – 13.º no campeonato
GP de Itália: 16.º Sprint/10.º GP – 12.º no campeonato
GP da Alemanha: 15.º Sprint/12.º GP – 12.º no campeonato
GP dos Países Baixos: 15.º Sprint/9.º GP – 11.º no campeonato
GP da Grã-Bretanha: 15.º Sprint/14.º GP – 12.º no campeonato
GP da Áustria: 9.º Sprint/11.º GP – 12.º no campeonato
GP da Catalunha: 15.º Sprint/14.º GP – 12.º no campeonato
GP de San Marino: 18.º Sprint/15.º GP – 12.º no campeonato
GP da Índia: 15.º Sprint/7.º GP – 12.º no campeonato
GP do Japão: 16.º Sprint/17.º GP – 12.º no campeonato
GP da Indonésia: 15.º Sprint/14.º GP – 12.º no campeonato
GP da Austrália: 17.º GP (não houve Sprint)– 13.º no campeonato
GP da Tailândia: 15.º Sprint/11.º GP – 13.º no campeonato
GP da Malásia: 11.º Sprint/7.º GP – 13.º no campeonato
GP do Qatar: 15.º Sprint/16.º GP – 13.º no campeonato
GP de Valência: 18.º Sprint/7.º GP – 13.º no campeonato