Kalle Rovanperä não deveria ter participado no Rali da Polónia, mas acabou a ganhar a sétima ronda do Mundial de Ralis (WRC). O bicampeão do mundo não estava escalado para a jornada polaca, mas foi chamado a substituir Sébastien Ogier depois de este se ter lesionado na terça-feira passada num acidente durante os reconhecimentos.
O último dia de prova começou com Andreas Mikkelsen, principal perseguidor de Rovanperä (Toyota) até então, a sofrer um furo no Hyundai durante a PEC 16 (Gmina Mrągowo 1). O noruegês atrasou-se de novo no troço subsequente caindo para quinto, enquanto Rovanperä ia consolidando a sua margem que era de 20,6s face a Elfyn Evans (Toyota) antes da última classificativa.
Na Power Stage (Mikołajki 2), Thierry Neuville (Hyundai) ditou o ritmo obtendo cinco pontos extra ao ser 1,6s mais veloz do que o colega Ott Tänak. Rovanperä estabeleceu o terceiro tempo a 3,4s, sendo Adrien Fourmaux (M-Sport Ford) quarto e Takamoto Katsuta (Toyota) completando os lugares pontuáveis. Na classificação final, isto refletiu-se na vitória de Rovanperä com 28,3s de avanço para Evans, ao passo que Fourmaux somou mais um pódio em terceiro. Neuville foi quarto e Sesks obteve um animador quinto lugar depois de ultrapassar Mikkelsen na penúltima especial.
Sami Pajari, num Toyota, foi o vencedor no WRC2, batendo Oliver Solberg (Skoda) por exatos 22 segundos. Robert Virves (Skoda) começou o dia no pódio, mas foi relegado ao quinto posto depois de um furo na PEC 18 (Gmina Mrągowo 2)… reagindo com o melhor tempo da PEC 19 para acabar mesmo em terceiro.
No WRC2 Challenger, Pajari impôs-se perante Virves por 1m23,3s, sendo Georg Linnamäe (Toyota) terceiro a 1m23,9s. Nikolay Gryazin (Citroën) teve alguns problemas ao longo do rali, mas só perdeu o pódio da classe na Power Stage.
No WRC3, recuperação notável de Diego Domínguez Jr. (Ford), que com três vitórias em quatro especiais deste domingo alcançou o triunfo final batendo Jakub Matulka (Ford) por 2,8s. Nataniel Bruun (Ford) encerrou o pódio da categoria. Michał Sołowow (Skoda) foi o mais veloz em três das quatro especiais do dia na WRC Masters Cup, mas Armin Kremer (Skoda) selou uma tranquila vitória com 2m46,5s de avanço. Roberto Triviño (Skoda) subiu ao lugar mais alto do pódio.
O resumo do rali
O primeiro dia da prova polaca foi animado, com tudo renhido no topo e constantes trocas de líder. O primeiro foi Tänak, seguindo-se o seu colega Mikkelsen. Mārtiņš Sesks (M-Sport Ford) surpreendeu desde o início, foi segundo classificado durante algum tempo e acabou o dia inaugural em quinto.
De registar o cancelamento da PEC 3 (Wieliczki 1) quando apenas Neuville e Evans tinham concluído o troço, devido ao posicionamento inseguro de espectadores. Na parte da tarde de sexta-feira, Rovanperä chegou à liderança na PEC 5 (Stańczyki 2).
Os dois troços seguintes foram condicionados: a PEC 6 foi interrompida e depois retomada, enquanto a PEC 7 foi mesmo cancelada devido à localização incorreta de adeptos. Na PEC 6, Mikkelsen voltou a liderar, com Rovanperä a baixar a terceiro também atrás de Evans sobre quem recuperou na PEC 8 (Mikołajki Arena 2).
O sábado foi quase só de sentido único: Rovanperä venceu seis dos sete troços disputados, mas mesmo assim o dia terminou totalmente em aberto, com Mikkelsen em segundo a 9,4s e Evans em terceiro a 9,4s. Fourmaux já tinha o quarto posto muito sólido nessa altura, e Sesks lutava com Neuville para manter o top cinco.
Foi neste contexto que começou o derradeiro dia, com mais quatro especiais. O furo de Mikkelsen na PEC 16 acabou por deixar Rovanperä mais tranquilo, e o finlandês não desperdiçou.
Depois de Solberg liderar o primeiro troço no WRC2, Pajari foi o protagonista da categoria da PEC 2 em diante. Primeiro, lutou contra o homem da casa, Kajetan Kajetanowicz (Skoda), mas o polaco teve uma saída de estrada na PEC 11 (Czarne) que o deixou fora da disputa.
Virves foi o rival que se seguiu para Pajari, a mais de 20 segundos de distância, mas cedeu o segundo posto na PEC 15 (Czarne 2) ao ser ultrapassado por Solberg. Ainda recuperou a posição, mas perdeu-a de vez com um furo na PEC 18. Virves conseguiu o terceiro lugar final do WRC2, e segundo do WRC2 Challenger, na derradeira classificativa. Deste modo, gorou as expectativas de pódio a Gryazin, depois de o búlgaro lutar por esse objetivo até ao fim.
Em WRC3, Matulka dominou boa parte do Rali da Polónia, no qual competiu em casa. No entanto, desde a tarde de sábado perdeu muito tempo e acabou por ceder perante Domínguez Jr., que assim selou a vitória com um domingo em grande plano. Bruun fechou o pódio, e foi um dos que conseguiu vencer troços. Kremer dominou a WRC Masters Cup de forma avassaladora: tinha já 46,4s de avanço depois da PEC 2, e apesar de algumas oscilações teve sempre uma extensa vantagem para os perseguidores, nunca tendo a vitória em risco. Sołowow foi segundo, ao passo que Triviño completou o pódio, depois de perder a segunda posição para o polaco no início do dia de sábado.
Top dez final: