A temporada de MotoGP começou no último fim de semana em Losail e, poucos dias depois, Miguel Oliveira esteve num evento de um patrocinador em Lisboa. Lá, o piloto da Trackhouse Racing falou em conferência de imprensa sobre a sua nova equipa, acerca da Aprilia RS-GP de 2024, da relação e do apoio que tem do construtor de Noale… e também de um dos homens do momento na classe rainha, o rookie Pedro Acosta.
Este é um ano de muitas mudanças para o «Falcão», desde logo a começar pela equipa – que, apesar de manter a estrutura da RNF, é um novo projeto com uma filosofia diferente e outros responsáveis. Oliveira acredita na iniciativa de Justin Marks, como disse ao jornal Record:
– É muito cedo para perceber o efeito da gestão norte-americana. Houve já coisas que percebemos que têm muito boas «pernas» para andar, como a vinda do Davide Brivio para a equipa, um chefe de equipa com experiência, que sabe movimentar-se muito bem no paddock. Acho que a longo prazo vamos poder trazer mais pessoas para a Trackhouse, mais pessoas com grande experiência. Obviamente isso augura um grande futuro para a equipa.
Oliveira, que não esconde que gostaria de ter mais apoio por parte da Aprilia – prometendo maximizar os recursos que tem – salientou que o objetivo entre os pilotos de Noale é superarem-se uns aos outros: ‘Basta ter o mesmo apoio que eles, se assim for as coisas acontecem. O objetivo é dentro da marca terminarmos à frente uns dos outros. Temos o Aleix [Espargaró], que neste momento é o único piloto que se consegue destacar de todos pelo estilo de condução que tem e que parece ‘casar’ na perfeição com a moto. Ainda temos algum trabalho pela frente para adaptar a moto ao nosso estilo de condução e isso exige tempo. […]. Só com o decorrer das corridas é que, se persistirmos nestas dificuldades, vamos conseguir encontrar a solução’.
Neste momento, Aleix Espargaró tem sido a referência dos pilotos Aprilia, considerando que para os outros a tarefa é ainda mais difícil pelo grau de dependência que a moto tem face à aderência disponível.
Depois de cinco dias de testes e do GP do Qatar, o piloto de Almada vai enfrentar a ronda caseira no Autódromo Internacional do Algarve… e acredita que o traçado luso pode ser mais favorável à RS-GP: ‘Julgo que neste circuito vai ser mais fácil de esconder aquilo que a moto ainda não tem de ótimo. Obviamente falta-nos velocidade nas retas, mas temos uma moto que nos permite ter muita velocidade por curva. Em Portimão andamos sempre muito inclinados, seja para a direita ou para a esquerda, há poucos momentos durante a volta em que temos a moto em linha reta. Pela falta de estabilidade que sinto isso ajuda. Mas são tudo teorias, que precisam de ser provadas no fim de semana’.
Um dos pilotos que está a dar que falar é o rookie Pedro Acosta. Oliveira reconhece-lhe qualidades e potencial, mas não ficou particularmente impressionado com a exibição do espanhol em Losail: ‘Tenho uma opinião muito boa dele, vai ser um campeão brevemente. Acredito, já se percebeu isso. Como se diz na gíria do futebol, vai ser levado ao colo para que isso aconteça. Comparado com outros rookies não creio que se tenha destacado imenso no Qatar […]. Mas pelo seu caráter vai ser sem dúvida um grande campeão’.