Seja num automóvel ou noutras áreas, a estética é sempre um dos pontos mais controversos e subjetivos, provocando reações ou discussões, por vezes nem sempre (bem) fundamentadas. E o que para uns é bonito, para outros é… intragável! Gosta-se ou não se gosta: ponto final!
Olhando para os últimos anos do Mundo automóvel, são vários os exemplos que tanto podem recolher o rótulo de ‘feios’ ou ‘esquisitos’, com a certeza, porém, de que são modelos que não deixaram ninguém indiferente. Reunimos casos e curiosidades que chocaram a indústria, alguns que ficaram para a história, e outros que apenas são recordados como autênticos… erros de casting!
Fiat Multipla
Em 1998, a Fiat chocou meio mundo com o lançamento do Multipla, um monovolume cujo sentido prático e conceção do interior foi sobejamente elogiada pela Imprensa internacional, mas cujas formas da carroçaria e óticas dianteiras redondas (alteradas no restyling operado em 2004) não geraram semelhante consenso. Foi o MPV mais excêntrico do seu tempo, mas, ao mesmo tempo, um dos mais práticos, conseguindo acolher seis ocupantes e 430 litros na bagageira em menos de 4 metros de comprimento exterior. A produção europeia terminou em 2012, tendo o Multipla sido igualmente produzido na China entre 2008 e 2014, pela mão da Zotye Auto.
Nissan Cube
Lançado inicialmente em 1998 e desde logo tendo ganho a etiqueta de um dos automóveis mais controversos da história, o certo é que a Nissan prolongou no tempo e em gerações (três) a produção deste mini-MPV, que se estendeu até 2019 e cujo nome fazia justiça às formas exteriores da carroçaria. Embora pensado para o mercado interno, a terceira geração do Cube (2008-2019), já mais ‘arredonda’, chegou mesmo a ser comercializada na América do Norte e na Europa.
Reliant Robin
Este veículo inglês nasceu para ser barato e encaixar na categoria de motociclos, mas acabou catalogado enquanto um estranho automóvel de três rodas. Outra das curiosidades deste veículo é o facto de ser produzido com recurso a fibra de vidro, tal como o Chevrolet Corvette! Distribuído por três gerações e tendo reunido vasto leque de fãs em Inglaterra, o Robin foi fabricado entre 1973 e 2002, com as últimas unidades a contar com painéis exteriores herdados do Opel Corsa. O modelo ficou ainda conhecido por corridas realizadas em piso de terra, onde fruto da conceção de três rodas é frequente assistir-se a modelos a capotar!
Pontiac Aztek
Produzido entre 2000 e 2005, ainda hoje é considerado um dos automóveis mais feios da história. Mas conseguiu o seu momento de glória ao aparecer na série Breaking Bad enquanto veículo da personagem protagonista, Walter White. Inicialmente, a General Motors (detentora da Pontiac) previu vendas de 60 mil unidades por ano, mas o certo é que foram produzidos apenas 119.185 veículos durante o ciclo de vida deste peculiar SUV.
AMC Pacer
A American Motors Corporation (AMC) foi uma marca americana nascida em 1954 através da fusão da Nash e da Hudson, tendo durado até 1987, altura em que foi comprada pela Chrysler. Da sua história ficou o controverso Pacer, um desportivo de 4,36 metros de comprimento, meio coupé, meio carrinha, e que ficou marcado pela design em forma de bolha, com 37% da carroçaria entregue a vidro, cortando com o tradicional formato sedan da época. Foram produzidas cerca de 280 mil unidades do desportivo que tinha no topo da gama versão animada por um V8 de 5 litros de capacidade.
SsangYong Rodius
Apesar de volumoso e controverso, o sul-coreano Rodius ganhou o seu espaço comercial e nicho de mercado, incluindo em alguns países europeus. Com mais de 5 metros de comprimento, tem versões de lotação para 7, 9 ou 11 ocupantes e interior modular, incluindo presença de mesas e bancos giratórios. O nome deriva da conjugação do deus grego Zeus e da palavra road, para que resultasse num ‘Lord of the road’, ou seja, o senhor da estrada.
Citroën Ami 6
Nasceu em 1961 para ocupar o vazio da gama Citroën entre o popular 2CV e o topo de gama DS. Tendo ficado conhecido como exemplo de conforto e espaço para uma berlina média da época, o certo é que o design do Ami 6 resultou controverso, muito por culpa do ‘corte’ no tejadilho e efeito criado pelo óculo traseiro recuado e extensa zona da tampa da mala. Produzido até 1978, e tendo também existido no formato carrinha, o certo é que a vida do Ami 6 foi marcada pelo êxito comercial: foram produzidas mais de 1,8 milhões de unidades.
Chevrolet HHR
Nasceu enquanto interpretação retro das carrinhas americanas dos anos 1940 e 1950, marcado por uma generosa grelha dianteira em cromado e guarda-lamas proeminentes. Tudo isto misturado com linhas angulares e modernas para 2006, ano em que foi lançado, mantendo-se no ativo até 2011. A Chevrolet chegou a fazer uma versão ‘Painel’ com painéis no lugar dos vidros traseiros laterais e posterior. A produção do HHR (sigla para Heritage High Roof) ficou entregue a uma fábrica em solo mexicano.
Chrysler PT Cruiser
Lançado em 2000, o PT Cruiser partilha o criador com o Chevrolet HHR, o designer americano Bryan Nesbitt. As inspirações são semelhantes, resultando em carroçarias de formato similar, ao estilo retro, com o PT Cruiser a querer combater as então recém-lançadas novas interpretações do Mini Cooper e do VW Beetle. O Chrysler teve a particularidade de somar uma ainda mais controversa versão descapotável. O nome PT Cruiser surge em forma de homenagem ao Plymouth Truck (PT), uma carrinha americana dos anos 1930.
Trabant P601
Merece lugar no ranking de automóveis controversos, não por ser propriamente ‘feio’, mas por ter sido considerado um dos piores automóveis alguma vez produzidos em série: a sua longa carreira prolongou-se entre 1964 e 1990, tendo saído da fábrica alemã de Zwickau mais de 2,8 milhões de unidades daquele que ficou conhecido como o automóvel mais popular na Alemanha de Leste, uma espécie de VW Beetle do lado de lá do Muro de Berlim. O automóvel media apenas 3,55 metros de comprimento e era fabricado numa espécie simplificada de fibra de vidro, à base de plástico, fibras de madeira e restos de tecido. De tão frágeis, se forçados, os painéis da carroçaria partiam-se ao meio…