É frequente no MotoGP assistir-se a situações em que pilotos tentam apanhar um reboque de rivais ao seguirem nos seus cones de aspiração, e para tal abrandam e por vezes criam situações potencialmente perigosas. Francesco Bagnaia, que este sábado na qualificação do GP da Grã-Bretanha foi perseguido por Marc Márquez (Gresini/Ducati) crê que são casos que prejudicam a imagem do MotoGP e são perigosos, sendo necessário agir com regras e penalizações fortes.
Questionado sobre que possíveis soluções crê existirem, o italiano retorquiu: ‘Pensando mais nas coisas importantes – não nós, os comissários precisam de estar mais focados nas coisas importantes e menos focados em coisas que não importam’.
Bagnaia disse depois: ‘Para mim, o que vimos hoje, o que vimos nas últimas quatro ou cinco qualificações, é ridículo. Estamos todos no topo do nosso desporto, somos os pilotos mais velozes do mundo. Estamos aqui porque conseguimos fazer as coisas sozinhos. A nossa velocidade é boa sozinhos. Por isso, não entendo por que é que alguns pilotos precisam de um reboque: para quê, um décimo, dois décimos? É melhor estar sozinho, estar mais focado no desempenho e não a pensar «Bem, vou segui-lo, vou segui-lo». Porque este tipo de coisas retira o teu foco no desempenho. Estar sozinho é muito mais fácil, é muito melhor para o desempenho. Por exemplo, hoje decidi abrandar um bocado e entrei para a última tentativa 30 segundos depois de o último piloto ter entrado, e na curva 4 estava a ultrapassá-los. Penso que é ridículo – não só por mim, pelo que os pilotos estão a ver, pelo que as pessoas estão a ver. Hoje, os pilotos de Moto3 a quatro minutos do fim seis tinham feito o tempo de volta, porque um reboque é mais importante do que… não sei. E neste momento eles podem-no fazer porque nos têm como exemplo’.
Questionado sobre se deveriam existir penalizações, o italiano foi curto e direto: ‘Em absoluto. De maneira forte’.
Perante a sua opinião, Bagnaia já pediu alterações aos comissários, mas sem sucesso: ‘Sim, mas nem todos concordam como é óbvio. É muito perigoso, porque por vezes estás a atacar e um piloto vai lento na trajetória a cortar a tua trajetória. E é muito perigoso. Penso que não é perigoso quando não estás na trajetória, mas um pouco largo e um piloto começa a exibir-se de forma estúpida. Por isso, é mais importante penalizar este tipo de coisas’.
E o bicampeão do mundo defendeu mudanças drásticas e regras fortes para impedir pilotos de esperarem por cones de aspiração: ‘Por vezes é melhor fazer uma mudança drástica, porque penso que precisamos de uma regra que nos diga que podemos abrandar, mas menos de sete por cento do nosso melhor, porque caso contrário somos penalizados. E talvez assim esperemos na garagem, mas talvez seja melhor. Mas, para mim, quem tem de decidir este tipo de coisas tem de estar mais em cima disto’.