A Renault decidiu renovar o Clio, o best-seller da marca francesa com mais de 16 milhões de unidades vendidas desde o seu lançamento em 1990, e que ganhar agora um novo estilo com um design renovado, e em linha com os mais recentes modelos da marca francesa, em que se destaca a estreia do nível de acabamento Esprit Alpine, e uma nova motorização E-Tech híbrida de 145 cv de potência.
Começando por olhar para o design exterior, o renovado Clio apresenta algumas novidades logo na seção frontal onde se destaca uma nova grelha de maiores dimensões, semelhante à que é utilizada pelo Austral, axadrezada com um esquema de cores – mais escura perto do logótipo e mais clara em direção às molduras – o que segundo a Renault “transmite uma profundidade e um aspeto mais técnico”.
Além disso, o renovado Clio é o primeiro automóvel da “Nouvelle Vague” da Renault a apresentar a nova assinatura luminosa na frente. Inspirada no logótipo: as luzes diurnas LED de cada lado, por exemplo, formam uma metade de um losango vertical. Os esguios faróis, integralmente em LED, de série em todas as versões, são mais compactos e combinam até cinco feixes de alta tecnologia (três no passado) que adaptam, automaticamente, a distribuição da luz entre máximos e médios.
Já a traseira sofreu menos alterações, e dessa forma o destaque vai para o para-choques que foi renovado e que apresenta as saídas de ar aerodinâmicas nas laterais que ampliam visualmente a traseira, aumentam a aderência ao solo e reforçam as capacidades técnicas do automóvel. Consoante o nível de equipamento, as ponteiras de escape permanecem visíveis ou são ocultadas pelo difusor.
Os farolins traseiros modernizados incluem agora coberturas transparentes que permitem vislumbrar o interior, com as extremidades exteriores brilhantes das luzes traseiras refletirem o padrão de iluminação da dianteira.
A Renault revelou ainda que o renovado Clio está disponível com sete cores de carroçaria: Branco Glaciar, Preto Estrela, Cinzento Schiste, Azul Iron, Vermelho Flamme, Laranja Valência e Cinzento Rafale, um novo revestimento de tripla camada que parece sólido à distância e pérola ao perto. Para além disso, existem jantes exclusivas até 17’’. Há seis opções no total, incluindo quatro jantes de liga leve em alumínio disponíveis com os diferentes níveis de equipamento. O nível Techno, por exemplo, vem com jantes de 16” em alumínio preto diamantado. Todas incluem no centro o novo logótipo Renault em alumínio escovado. As outras versões têm molduras de espelhos em Preto Estrela e os níveis Techno e Esprit Alpine apresentam antenas do tipo barbatana de tubarão.
Apesar de todas as alterações efetuadas, o atualizado Clio tem praticamente o mesmo tamanho que a versão anterior: 4,05 metros de comprimento, 1,98 m de largura e 1,43 m de altura. Além disso, a bagageira não sofreu alterações e continua a apresentar 391 litros de capacidade que podem chegar aos 1 069 litros com os bancos traseiros rebatidos.
Alterações também no interior
A mudança estética do exterior junta-se a um interior também renovado e logo que se abre à porta é fácil perceber que o renovado Clio está dotado de materiais mais nobres e sustentáveis, que se apresentam em três níveis de acabamento: Evolution a versão de entrada, a que se segue a variante Techno e a o topo de gama Esprit Alpine.
Assim os novos bancos, os painéis das portas e o tablier do Clio na variante Techno são revestidos num tecido sustentável especialmente desenvolvido que compreende até 60% de fibras modais da marca TENCEL, uma fibra celulósica de base biológica. A Renault abdicou igualmente do couro e em vez disso, as superfícies são cobertas com TEP, um tecido revestido a granulado feito de fibras de origem biológica e poliéster.
O tablier do renovado Clio inclui um ecrã digital sem rebordos que, de acordo com o nível de equipamento, tem dimensões compreendidas entre as 7 e as 10’’ Dependendo do país e da versão, o Clio também pode vir com um rádio e R&GO, ou com o sistema multimédia Renault Easy Link, um portal multimédia que permite aceder a um vasto leque de aplicações, como a navegação, a manutenção proactiva e o infotainment.
O Renault Easy Link inclui agora duas versões que permitem a ligação sem fios através do Android Auto e do Apple CarPlay: um ecrã de 7 polegadas e outro de 9,3 polegadas com navegação integrada (de série no Esprit Alpine).
O renovado Clio estreia ainda o nível de acabamento Esprit Alpine. Depois do Austral – o primeiro modelo Renault a incluir a nova variante na sua gama – e do novo Espace, a nova versão está agora disponível no novo Clio, permitindo um visual mais apelativo com a assinatura Alpine e que se faz sentir nos bancos que são mais envolventes para proporcionar um maior apoio lateral e um conforto acrescido. Os materiais são exclusivos e foram adotados tons cinzentos mais claros no centro do banco e nas costas para sublinhar o carácter desportivo. Os lados são revestidos de um material mais espesso.
Já o volante desportivo transmite o espírito da Alpine, para o qual conta o duplo pesponto vermelho, branco e azul, o material perfurado e o fundo Preto Brilhante Profundo para o logótipo Ice Black, no centro, seduzem e convidam a ligar o motor.
Além disso, o painel de bordo apresenta, igualmente, uma bandeira francesa bordada, os cintos de segurança à frente e atrás têm bordos azuis característicos (exceto o do meio), os pedais são em alumínio e as soleiras das portas dianteiras são exclusivas deste nível de equipamento
O renovado best-seller da Renault conta com duas dezenas de sistemas de assistência ao condutor (ADAS), entre os quais se destacam a travagem ativa de emergência com deteção de ciclistas e peões, bem como o Active Drive Assist que combina o cruise-control adaptativo, o Stop & Go e a assistência à manutenção na faixa de rodagem, o que equivale a uma condução autónoma de nível 2 e simplifica bastante a condução em no pára-arranca.
Em matéria de motorizações, a maior novidade é mesmo a estreia do E-Tech Hybrid de 145 cv, a sua arquitetura em série-paralela associa dois motores elétricos, um motor de 36 kW e um gerador de arranque de alta tensão de 18 kW, a um motor de combustão interna de 4 cilindros e 1,6 litros com 94 cv de potência, a uma caixa de velocidades inteligente multimodo sem embraiagem e a uma bateria de 1,2 kWh.
A transmissão associada ao motor de combustão tem quatro relações e o motor elétrico principal tem duas. O grupo motopropulsor totalmente híbrido E-Tech pode combinar as relações do motor de combustão interna e do motor elétrico em, até 14 formas diferentes, para otimizar a eficiência energética.
Quando arranca, o automóvel é invariavelmente alimentado pelo motor elétrico e que segundo a Renault pode utilizá-lo até 80% do tempo em cidade – reduzindo o consumo até 40% em comparação com um motor a gasolina convencional.
As restantes opções de motorizações são compostas pela motorização SCe 65 com um motor de 1.0 litros, de 3 cilindros atmosférico que debita 65 e um binário máximo de 95 Nm. e que está acoplado a uma caixa de 5 velocidades.
Já a versão TCe 90 que conta com um bloco a gasolina de três cilindros, 90 cv de potência e um binário máximo de 160 Nm, que está acoplado a uma caixa manual de 6 velocidades. Por seu lado, o TCe 100 GPL também está disponível no novo Clio. Este sistema bi-combustível melhora o desempenho, reduzindo o consumo e as emissões de CO2 (menos 8% de CO2 do que um motor a gasolina equivalente), atinge um binário máximo, 170 Nm, às 2.000 rpm. Com os dois depósitos cheios, esta variante pode percorrer um total de mais de 1 000 km.
Além disso, está ainda disponível uma versão Blue dCi 100 que conta com um motor diesel de 100 cv de potência e 260 Nm de binário máximo, acoplado a uma transmissão de 6 velocidades que baixa o regime do motor a 110 km/h e a velocidades superiores.
Boas sensações ao volante
Para o primeiro contacto com o renovado Clio, o AutoGear viajou para Bruxelas na Bélgica, a convite da Renault, onde tivermos oportunidade de constatar que o best-seller da casa Boulogne-Billancourt, equipado com o novo bloco E-Tech full hybrid 145 e com o nível de acabamento Esprit Alpine é uma proposta bastante intressante com consumos que surpreendem, já que num primeiro percurso de 230 km, conseguimos um consumo de 4,7 litros aos 100km, nunca abrindo mão de pisar o acelerador sempre que as estradas belgas o permitam, porque radares não faltam, nem de uma utilização constante do ar condicionado para maior conforto. Já num segundo percurso de 130 km, o consumo baixou para 4,3 o que nos pareceu bastante positivo face aos 4,2 litros/100 km anunciados pela marca em ciclo combinado.
Outro dos pontos positivos é a capacidade que a suspensão revela para fazer face aos pisos mais degradados ou mesmo às lombas comuns nas estradas mais urbanas. Além disso, a versão testada conta com bancos com bom apoio lateral que permitem ao condutor estar bem apoiado quando opta por uma condução mais dinâmica, tirando partido do modo de condução Sport, que torna o Clio mais divertido. Para além do modo mais desportivo, o condutor pode ainda optar pelo modo My Sense e Eco.
Estável a velocidades mais elevadas, fácil de manobrar em estradas urbanas e com um excelente comportamento em curva, o novo Clio proporciona um equilíbrio entre prazer de condução e conforto.
A Renault já fez saber que o renovado Clio vai chegar ao mercado nacional no final do verão, e que os preços vão ser divulgados em breve, mas a marca francesa deu a entender que não vai acompanhar a tendência crescente do mercado e que o best-seller pode vir a apresentar preços que podem surpreender os interessados.