Já à venda em Portugal, o Jeep Avenger é o primeiro modelo 100% elétrico da marca norte-americana, que, até 2025, irá lançar mais três propostas do género do Velho Continente.
O Avenger assinala o arranque de uma gama 100% elétrica da Jeep na Europa, sendo o primeiro dos quatro novos modelos totalmente elétricos que a marca tem previsto introduzir no Velho Continente até 2025. Depois do lançamento da versão First Edition, que marcou o início da comercialização em Portugal, com as primeiras 250 unidades a serem vendidas num ápice, o interesse por este modelo totalmente elétrico centra-se agora nas restantes variantes da gama, já disponíveis no mercado nacional, com os preços a iniciarem-se nos €39 700.
Na base do Avenger está a já conhecida plataforma e-CMP2 da Stellantis, inicialmente utilizada, como CMP, no DS 3 Crossback, no Peugeot 2008 e no Opel Mokka, e que foi, agora, sujeita a uma nova evolução, apesar de a Jeep garantir que, no seu modelo, alterou a seu gosto cerca de 60% dos componentes. Fruto, também, dos seus 4,08 m de comprimento, 1,78 m de largura e 1,53 m de altura, assim como das curtas projeções dianteira e traseira, o visual exterior é compacto, apelativo, e de imediato identificável com o construtor norte-americano, que não abdica, desde logo, de dar destaque às aptidões TT do seu primeiro elétrico: ângulos de ataque, saída e ventral de 20°, 20° e 32°, respetivamente; e altura ao solo de 200 mm.
Com tração dianteira, o Avenger recorre a uma suspensão do tipo MacPherson na frente, e por eixo semi-rígido, com a Jeep a deixar claro que realizou um trabalho meticuloso ao nível dos amortecedores, por forma a garantir mais 20% de força de amortecimento, menos 12% de rolamento lateral, e uma redução de 18% no efeito de mergulho na travagem, face a outros modelos 100% elétricos do grupo assentes na mesma base. Sendo ainda de reter, neste domínio, o diâmetro de viragem de apenas 10,5 metros, e o facto de o peso total não ultrapassar os 1500 kg.
Quanto à motorização, e tal como o renovado Peugeot e-2008, líder do segmento, e que já neste Verão estará em Portugal, o Avenger está equipado com um motor elétrico M3 a 400 Volt de segunda geração, a primeira unidade de potência lançada pela eMotors. Apto a debitar 156 cv de potência, e um binário máximo de 260 Nm, é alimentado (também neste caso, à semelhança do que acontece no SUV francês) por uma bateria com 54 kWh de capacidade, o que permite à Jeep anunciar uma autonomia máxima combinada de até 400 km no ciclo WLTP, e de até 550 km em ciclo urbano. Composta por 17 módulos e 102 células de iões de lítio, esta bateria está montada sob os bancos dianteiros e traseiros, e sob o túnel central, por isso tendo um impacto praticamente nulo no habitáculo do veículo.
Por outro lado, como o Avenger está capacitado para suportar potências de carregamento de até 100 kW em corrente contínua, é possível repor 80% da carga em apenas 24 minutos num posto de carregamento rápido. Já numa ligação de corrente alternada, com o carregador de bordo de 11 kW proposto de série, uma carga completa demorará cerca de cinco horas e meia.
Quando se abre, pela primeira vez, a porta do Avenger, é fácil perceber que estamos perante um habitáculo com linhas simples, e uma construção sólida, apesar da utilização de muitos plásticos. Em destaque, o painel de instrumentos totalmente digital de 10,25”, com quatro modos de visualização; e o ecrã táctil central com as mesmas dimensões, para comando do sistema de infoentretenimento, com ligações Android Auto e Apple Carplay, navegação Tom Tom, reconhecimento de voz natural melhorado, e atualizações remotas sem fios.
O espaço disponibilizado é generoso, e suficiente para acomodar quatro adultos, fruto de uma distância entre eixos de 2,56 m e uma posição de condução bastante agradável, não só por ser mais elevada do que o habitual, como se espera de um SUV, e pelo conforto oferecido pelos bancos dianteiros, como pela facilidade de acesso aos principais comandos do sistema de infoentretenimento. Já os botões físicos apresentam-se dispostos em três níveis da consola central, merecendo referência especial os de comando de transmissão, colocados a meio da referida consola, o que não nos parece muito prático quando há que realizar manobras com o Avenger que obriguem a alternar com maior frequência entre a marcha-trás e a posição D da transmissão.
Para além disso, o pequeno SUV 100% elétrico conta com alguns detalhes específicos, mais comummente encontrados em modelos de outros segmentos, disponibilizados de série, ou em opção, consoante as versões e níveis de equipamento. É o caso do portão traseiro com operação elétrica e abertura e fecho “mãos-livres”; do banco do condutor com regulação elétrica e função de massagem; dos revestimentos em pele; da iluminação ambiente configurável; e do tejadilho panorâmico.
Ainda no habitáculo, existem vários locais para guardar objetos, tendo agradado particularmente uma bandeja colocada junto à consola central, bastante prática para colocar os telemóveis; e um espaço de arrumação com 34 litros, que aproveita a ausência da tradicional alavanca de comando da caixa de velocidades. A isto há que juntar uma bagageira com uma capacidade que pode variar entre os 355 litros e 1250 litros, e em que se destaca um pequeno alçapão, ideal para guardar os cabos de carregamento.
Condução divertida
Ao volante do Avenger, no que foi o primeiro contacto com o modelo, em território luso, promovido pela Jeep junto da imprensa portuguesa, foi fácil perceber, de imediato, que o posto de condução é bastante correto, beneficiando das múltiplas regulações do banco e do volante. A direção mostrou ser leve, mas de rápida resposta às solicitações, nomeadamente no modo de condução Normal, em que a potência e o binário estão limitados a 109 cv e 220 Nm, o que, apesar de tudo, não constituirá impedimento para enfrentar percursos em estrada nacional, efetuados a ritmos convencionais. Já no modo Eco, a potência é limitada a 81 cv, e o binário a 180 Nm, ainda assim, valores suficientes para que seja possível circular com relativo à vontade no centro de Lisboa, e, em particular, na sempre muito movimentada Segunda Circular, sendo neste modo de condução que melhor sobressai o bom isolamento acústico.
Contudo, e como seria de esperar, é no modo Sport, sobretudo em autoestrada, que se pode tirar pleno partido do máximo rendimento da mecânica, com a direção a tornar-se um pouco mais “pesada”, e a resposta do motor mais solícita quando se pressiona de forma vigorosa o acelerador. Algo que não compromete o desempenho dinâmico, inclusive em estradas mais sinuosas, com o Avenger a resistir bem à subviragem nas curvas mais apertadas, surpreendendo, mesmo, pela agilidade exibida em troços com curvas mais retorcidas, como foi possível comprovar nos cerca de 200 km que tivemos oportunidade de percorrer neste primeiro contacto, entre Lisboa e Santa Cruz.
Já em pisos de terra, o Avenger deu mostras de uma apreciável desenvoltura, beneficiando de tecnologias conhecidas da Jeep, como o Selec-Terrain ou o Hill Descent Control. Além disso, os modos de condução Areia, Lama e Neve prometem ajudar o condutor em situações mais extremas, apesar de, nesta primeira experiência de condução, apenas termos tido oportunidade de testar o modo Areia num pequeno troço.
O novo Jeep Avenger está disponível em Portugal com três níveis de equipamento, em qualquer dos casos pagando, com Via Verde, Classe 1 nas portagens nacionais. Na base da oferta está o Longitude, proposto a partir de €39 700, e oferecendo, de série, ecrã de 10,25” para o sistema de infoentretenimento; jantes de liga leve de 16’’; sensores de estacionamento traseiros; sistemas Select Terrain e Hill Descent Control; e diversos sistemas de assistência à condução, como a Travagem de Emergência Autónoma, o Reconhecimento de Sinais de Trânsito e a Assistência à Manutenção na Faixa de Rodagem.
O nível Altitude, disponível a partir de €41 700, adiciona mais tecnologia e exclusividade, graças aos bancos Premium, combinados com detalhes interiores prateados, e ao portão traseiro elétrico com operação “mãos-livres”. Situando-se no topo da gama o nível Summit, que, por €43 700, inclui já, entre outros, iluminação exterior integralmente por LED; iluminação ambiente configurável; condução semi-autónoma de nível 2; sensores de estacionamento dianteiros e traseiros; e câmara de visão panorâmica.