O campeão do mundo de Moto3, Jaume Masiá recordou a temporada de sucesso que realizou e já começou a projetar o que vai acontecer em 2024 – quando dará o salto para o Moto2.
‘Simplesmente, as coisas vão se tornando reais e é um sentimento incrível. Entras em casa e vês todos os detalhes, como o capacete de campeão do mundo e sim, aos poucos vais assimilando tudo. Como sempre digo, é difícil vencer quem nunca se rende. Também é verdade que este ano a ideia era apenas passar um bom bocado. Comecei a focar-me apenas no campeonato e deixei de desfrutar. Então, era uma pena estar a viver o meu sonho, pelo qual lutei desde pequeno, e não estar a desfrutá-lo. Apercebi-me que não era o melhor, é claro que o título sempre esteve entre os meus objetivos’, declarou, em entrevista ao Mundo Deportivo, o piloto natural de Algemesí. Masiá destacou, ainda a importância do papel da equipa nesta conquista e esclareceu as polémicas declarações que proferiu no Qatar.
‘Acabei a época com uma maturidade enorme. Também comecei a trabalhar com uma psicologia, foi um pack quase perfeito. O Grande Prémio da Áustria foi muito importante, depois de não conquistado nenhum ponto nas duas provas anteriores, estava a mais de 50 pontos do líder, o título estava a fugir-me mais uma vez, mas continuei forte e conseguiu dar a volta à situação. Tenho de dizer que estava muito nervoso no Qatar, havia muita tensão, somos uma equipa contra 20 motos de fábrica. Esta é a realidade, a nossa moto é a mesma desde 2019, porque a moto de 2020 não tem que ver com a deste ano. Somos um grupo de oito pessoas contra uma fábrica. Foi isso que quis dizer na altura. Falei a quente e isso foi uma falha, disse tudo o que tinha guardado dentro de mim’, recordou.
Na próxima temporada, o espanhol vai dar o salto para a categoria intermédia. O que poderemos esperar deste ingresso na SAG Team de Edu Perales?
‘De facto, foi a única pessoa que entrou em contacto comigo, depois tive mais contactos, mais ele foi o primeiro a falar comigo. Isso diz muito e sobretudo a energia e confiança que ele me transmitiu foi muita. É um projeto muito humilde. Estava à procura de paz mental, de ter o meu futuro assegurado. Há muito tempo que queria dar o salto para o Moto2, sinto-me preparado para fazê-lo. Não pensar no meu futuro ajudou-me a concentrar-me em ganhar o campeonato. Toda a gente quer vencer e eu também. O meu principal objetivo realista e otimista é ser o rookie do ano, o que é também bonito. Depois, gostaria de trabalhar de forma constante tendo em vista 2025. Ter a regularidade de um top-10, por exemplo, construir uma base muito boa’.
Masiá elogiou alguns dos adversários com quem vai medir forças na época que se aproxima.
‘Fermín Aldeguer, Alonso [López], [Tony] Arbolino, etc., há muito pilotos com muito nível e quando sobes de categoria, vês que é cada vez mais difícil superares os demais. É uma categoria onde se trabalha muito o ritmo das motos, tentar recortar uma décima é muito complicado’, finalizou.