Em março, cerca de uma semana depois do GP do Qatar que deu início à temporada, a Ducati anunciou a subida de Fermín Aldeguer ao MotoGP em 2025 numa das suas equipas satélite. Mas poderá esse plano ser abortado?
Vamos a factos: no ano passado, o espanhol impressionou tudo e todos com as quatro vitórias consecutivas no fim da época de Moto2, três delas com volta mais rápida e duas acrescidas de pole position.
Com Pedro Acosta promovido ao MotoGP, esperava-se que Aldeguer fosse um dos grandes candidatos ao título em 2024 – senão mesmo o maior. Porém, as 11 rondas já disputadas revelam um cenário muito diferente.
Sendo ou não um acusar de pressão, o piloto tem apenas duas vitórias e outros dois pódios até agora, é quinto no campeonato e revela alguma inconsistência. É o pior dos quatro pilotos Boscoscuro e está já a 50 pontos do líder Sergio García (MT Helmets-MSi/Boscoscuro) – uma distância que não será fácil de recuperar.
Este desempenho de Aldeguer no Moto2 pode, naturalmente, fazer a Ducati ponderar se o piloto está realmente preparado para o MotoGP em 2025. Para recuar, o construtor de Borgo Panigale deverá ter de pagar cerca de 300.000 euros ao piloto, segundo disse há alguns meses o seu empresário Héctor Faubel.
Mas poderá estar a Ducati, de facto, a ponderar o futuro de Aldeguer? Aquando do anúncio da promoção, não foi revelada a equipa em qual seria colocado, o que parecia lógico na altura – ainda não se sabia se a Pertamina Enduro VR46 e a Prima Pramac continuariam a ser equipas satélite da Ducati e o futuro de Marc Márquez também não estava definido.
Agora, a situação é diferente: a Pramac já anunciou a mudança para a Yamaha, a VR46 já assinou com a Ducati e anunciou os seus dois pilotos, e Marc Márquez foi promovido à equipa de fábrica ao lado de Francesco Bagnaia deixando um lugar na Gresini – o outro é de Álex Márquez, que já renovou.
Deste modo, não restam dúvidas que o lugar na Gresini é o único que pode ser destinado a Aldeguer em 2025. E, como tal, seria lógico que o anúncio surgisse, pelo menos, quando todos os outros fossem oficiais. O que não aconteceu.
Poderá este ser um indício que a Ducati está a repensar a situação de Aldeguer? E, se for esse o caso, quem poderia ser a alternativa – e poderia causar um volte-face ao rumo que se espera ter o mercado de pilotos? Questões que deverão ter resposta nas próximas semanas.